31/07/2008

ANTÓNIO ARNAULT

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Na revista VISÃO, de 26/07/2007, a voz categórica e com legitimada autoridade de António Arnaut, um dos fundadores do Partido Socialista e impulsionador determinante na criação do Serviço Nacional de Saúde, desperta a atenção pela eminência do pensamento sobre alguns domínios da realidade do País que, com acuidade acrescida, vão acentuando a perplexidade e a preocupação de muitos cidadãos.
Da entrevista concedida respigo alguns considerandos:

Partido Socialista - Está a perder alma e identidade. Ainda tem força interior, mas está disseminada por uns milhares de militantes sem voz. A prática do PS não está à altura da sua responsabilidade. Ao reclamar-se Socialista, assume um legado histórico e deve ser fiel a ele.

Estado - O que resta da utopia Socialista é o Estado Social. Por isso, é importante defendê-lo. Dentro do Estado Social o direito à Saúde é fundamental. E aí as marcas não são de esquerda... Até a direita critica pela esquerda a política de Saúde do PS! É absurdo, um escândalo! Não sei como se há-de chamar a isto!

Sócrates - Não tem a vivência socialista que se exigiria a um líder do PS.

Geração no Poder - É um produto das circunstâncias. Muitos deles não têm uma ideia para Portugal. Vivem do imediatismo, da conquista do poder. Conquistado, vivem para aguentá-lo. Esta geração vale-se mais da astúcia do que da seriedade. E aprendeu os ensinamentos de Maquiavel.

Parlamento - Deveria ser o lugar de uma elite moral e intelectual. Mas para isso era preciso que as pessoas do povo fossem as «pedras vivas» de que falava António Sérgio.

Justiça - Já está contaminada pelas influências e corrupção. E meto nisto a PJ, Ministério Público, juízes e advogados. A Justiça foi permeável aos ventos dominantes.

Assim mesmo, de forma lapidar e cristalina António Arnaut aponta o dedo para feridas que teimam em afrontar a sociedade. E, importa vincar, nos últimos doze anos seguramente que uma década foi controlada por terapia rosácea.


César Brandão - 30.07.2007
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03/07/2008

ABERTURA

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Enxergasse eu qualquer trilho
Onde a musa fecunda os eleitos
Para sempre cantaria o estribilho
Mesmo que de versos imperfeitos

Com uma eloquência que não admite intromissão, nem precisa de pedir licença, Sebastião Alba assinala:
- A Poesia foi, para mim, corso: de quando em vez, fazia abordagens.
Claro que trago comigo, como qualquer pirata que se preza,
o mapa desse tesouro, onde ninguém o encontrará: na pala do olho direito
- com o esquerdo, não sei porquê, vi sempre melhor.

E no seu limite diáfano, onde versos espigam, despertando antes que a seara amadureça, acentua:
- Movo-me nos bastidores da poesia,
e coro se de leve a escuto.

Num mundo cada vez mais marcado pela indiferença e pelo egoísmo, a criatividade de pensamento desta figura já desaparecida, porque invulgar, autêntica e superior, suscita outros horizontes de reflexão, impondo a sua áurea incontornável o destaque obrigatório na abertura desta página.

César Brandão - 27.07.2007
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