Enxergasse eu qualquer trilho
Onde a musa fecunda os eleitos
Para sempre cantaria o estribilho
Mesmo que de versos imperfeitos
Com uma eloquência que não admite intromissão, nem precisa de pedir licença, Sebastião Alba assinala:
- A Poesia foi, para mim, corso: de quando em vez, fazia abordagens.
Claro que trago comigo, como qualquer pirata que se preza,
o mapa desse tesouro, onde ninguém o encontrará: na pala do olho direito
- com o esquerdo, não sei porquê, vi sempre melhor.
E no seu limite diáfano, onde versos espigam, despertando antes que a seara amadureça, acentua:
- Movo-me nos bastidores da poesia,
e coro se de leve a escuto.
Num mundo cada vez mais marcado pela indiferença e pelo egoísmo, a criatividade de pensamento desta figura já desaparecida, porque invulgar, autêntica e superior, suscita outros horizontes de reflexão, impondo a sua áurea incontornável o destaque obrigatório na abertura desta página.
César Brandão - 27.07.2007
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